terça-feira, 24 de março de 2009

viva a cultura brasileira! ou atéia graças a deus

Eu podia contar - como se todos os que leem esse blog não soubessem - que esta que vos fala é provavelmente uma das únicas pessoas que criou uma corrente de e-mail que vocês conhecem. Como já fiz de tudo para convencer meus amigos a aderirem ao "me excomungue, por favor", que chegou até Recife, onde ciraram o excomunGAY, passo a palavra para um cabra arretado melhor do que eu:

Cordel dos Excomungados

I Peço à musa do improvisoQue me dê inspiração,Ciência e sabedoria,Inteligência e razão,Peço que Deus que me protejaPara falar de uma igrejaQue comete aberração.

II Pelas fogueiras que arderamNo tempo da Inquisição,Pelas mulheres queimadasSem apelo ou compaixão,Pensava que o VaticanoTinha mudado de plano,Abolido a excomunhão.

III Mas o bispo Dom José,Um homem conservador,Tratou com impiedadeA vítima de um estuprador,Massacrada e abusada,Sofrida e violentada,Sem futuro e sem amor.

IV Depois que houve o estupro,A menina engravidou.Ela só tem nove anos,A Justiça autorizouQue a criança abortasseAntes que a vida brotasseUm fruto do desamor.

V O aborto, já previstoNa nossa legislação,Teve o apoio declaradoDo ministro Temporão,Que é médico bom e zeloso,E mostrou ser corajosoAo enfrentar a questão.

VI Além de excomungarO ministro Temporão,Dom José excomungouDa menina, sem razão,A mãe, a vó e a tiaE se brincar puniriaAté a quarta geração.

VII É esquisito que a igreja,Que tanto prega o perdão,Resolva excomungar médicosQue cumpriram sua missãoE num beco sem saídaLivraram uma pobre vidaDo fel da desilusão.

VIII Mas o mundo está viradoE cheio de desatinos:Missa virou presepada,Tem dança até do pepino,Padre que usa bermuda,Deixando mulher buchudaE bolindo com os meninos.

IX Milhões morrendo de Aids:É grande a devastação,Mas a igreja acha bomFurunfar sem proteçãoE o padre prega na missaQue camisinha na lingüiçaÉ uma coisa do Cão.

X E esta quem me contouFoi Lima do Camarão:Dom José excomungouA equipe de plantão,A família da meninaE o ministro Temporão,Mas para o estuprador,Que por certo perdoou,O arcebispo reservouA vaga de sacristão.

Autor: Miguezim de Princesa - Poeta popular,paraibano radicado em Brasília.

Um comentário:

tuscansun disse...

Ameiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!! Grazi